The [Meh]dium

Armando Toda
3 min readJan 29, 2021

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Antes de tudo, esse é um texto contendo minha opinião sobre o jogo, vocês tem todo o direito de concordar, discordar ou não dar a mínima, estou sempre aberto ao debate, só não venham no meu twitter/instagram me xingar pq eu gostei/não gostei do jogo em questão. Esse texto contém um ou outro spoiler.

— The Medium —

Nesse jogo você é Marianne, uma médium que sempre teve contato com o mundo dos espíritos. No dia que Marianne está preparando o enterro do seu pai adotivo, ela recebe um telefonema de um homem desconhecido dizendo para ela encontrá-lo em um hotel abandonado (e ela vai pq <motivos>). Ao chegar no hotel, Marianne começa a entrar em contato com os espíritos que estão lá e tenta ajudá-los a seguir em frente (novamente pq <motivos>).

A mecânica principal do jogo consiste em transitar entre dois mundos, o mundo real e o mundo dos espíritos. No mundo real você interage com diversos objetos que podem (ou não) interferir no mundo dos espíritos, como apresentar memórias do passado ou então carregar a fonte de luz (que também é a fonte dos "poderes" de Marianne na sua forma de espírito). Já no mundo dos espíritos, você interage com espíritos (derp), consegue explorar lugares que Marianne não conseguiria no mundo real, ligar a energia de geradores, etc.

Dado essa premissa inicial, vamos aos pontos positivos do jogo: a trilha sonora tem dedo do Akira Yamaoka com vocais de Mary Elizabeth McGlynn o que é algo. Os gráficos do jogo também estão maravilhosos mesmo na qualidade normal (joguei a versão de PC, usando uma GTX 1060 com a qualidade no normal pq é o que rodava entre 40 a 50 fps). E… bom, é isso. Obrigado por virem ao meu Ted talk!

Agora com relação ao que eu não gostei do jogo: a história do jogo não engrena, em nenhum momento. Começa morna e vai esfriando, até chegar em uma reviravolta totalmente previsível com um final que não surpreende e cai no clichê (Não vou comentar muito a respeito do enredo pra não estragar a experiência de ninguém). A Marianne é uma protagonista até que interessante mas a verbalização dela pra TUDO que acontece no jogo (e que te impede de interagir com as coisas enquanto ela tá falando) acabam irritando depois de um tempo. O ritmo do jogo também não ajuda, você sempre sabe os momentos em que está seguro e sabe os momentos em que está / vai ser perseguido por um monstro.

Falando em monstro, o jogo possui apenas um inimigo que te persegue em determinados momentos do jogo (em eventos scriptados), essas perseguições são monótonas e algumas até irritantes por conta dos controles e câmera que balança por <motivos>. Os desafios do jogo começam interessantes mas depois de um tempo também se tornam monótonos pq acabam sendo "mais do mesmo", sem muita variação na resolução. O jogo tem vários tipo de coletáveis, alguns essenciais pro avanço do enredo, e os demais sendo complementações do enredo ou do desenvolvimento de Marianne, porém a falta de desafios do jogo também acaba tornando essa caça de coletáveis algo bem monótono. Além disso, notei diversos bugs (alguns inclusive que me mataram durante as cenas de perseguição)na versão de PC, que não sei se refletem na versão de console (porém confesso que isso é o de menos, pois podem ser corrigidos em patches futuros). O jogo também não tem uma duração muito longa, é possível terminar ele em aproximadamente 6 horas (o que pode ser considerado também um ponto positivo visto que o enredo dele não sustenta mais do que isso.)

Enfim, depois de ter criado uma expectativa moderadamente alta pelo jogo, The Medium acabou me decepcionando em vários níveis. Se você está procurando um sucessor espiritual de Silent Hill, passe BEM longe desse jogo. Se você gosta de walking simulators, o jogo pode agradar em alguns aspectos, mas ainda perdendo pra muitos do gênero e, inclusive, pra outros títulos da mesma empresa como Layers of Fear, Observer e até mesmo Blair Witch. The Medium definitivamente não vale o preço que estão cobrando (a não ser que você tenha gamepass), recomendo se… na real eu nem recomendo, podem passar longe dele e procurar os outros jogos da Bloober Team, esperem uma promoção onde o jogo esteja menos que R$40,00 e aí dá pra cogitar talvez (ou peguem pelo gamepass enquanto ele estiver no catálogo).

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Armando Toda

PhD student. Gamer. Computers in education. Gamification. Games. Serious Games. This page is filled with DETERMINATION and nerd stuff. Pt-Br/Eng.